Cotas
Atendo a pedido e escrevo um pouco sobre a politica de cotas nas universidades- depois eu volto ao assunto que tinha descrito no post sobre educação.
A política de cotas foi criada nos EUA para ampliar o acesso aos afro-descendentes, nome politicamente correto, que estavam tradicionalmente fora das universidades americanas. Tal política foi declarada há pouco tempo inconstitucional pela Suprema Corte americana e foi revogada na maioria das universidades. O Brasil, claro, copiou a política.
Primeiro, é necessário entender o contexto americano:
1- a sociedade americana é bem menos miscigenada que a brasileira. Lá, negro e branco dificilmente casam entre si, a tal ponto que o termo "pardo", usado pelo IBGE, não existe por lá.
2-as universidades americanas não têm vestibular. O acesso a elas se dá por cartas-convite, quando a própria universidade convida um aluno, por análise de currículo escolar do ensino médio ou ainda por pura e simples compra de vaga. George Bush, o idiota presidente americano, estudou na poderosa U. de Harvard, com certeza não por causa dos seus dotes intelectuais mas por ser filho de um ex-presidente.
3-os negros nos EUA são minoria. Ou seja, a população é majoritariamente branca e como sabemos no item 1, não há quase mistura racial.
Agora, vamos ao contexto brasileiro:
1-a sociedade é multirracial e há intensa miscigenação. Ninguém com família há mais de 150 anos no Brasil pode se dizer 100% branca... a maioria da população do Brasil é de "pardos", este termo interessante usado pelo IBGE para dizer que, no fundo, quase todos nós brasileiros somos fortemente marcados pela mistura de raças, a tal ponto que na maioria das vezes o critério de ser ou não negro é impossível de ser definido com exatidão.
2-no Brasil, as universidades públicas têm vestibular, que é um critério de escolha objetivo, baseado só no mérito intelectual. Verdade que alunos pobres têm menos chance, mas igualmente verdade que alunos ricos e burros não entram. É um critério de mérito, não de convites ou grana.
3-no Brasil, negros não são pequena minoria, mas em vários estados, são maioria, ou no mínimo, maioria como "pardos".
Quando se compara os dois contextos-, vê-se que o sistema de cotas no Brasil é uma cópia mal feita de um sistema que mesmo no país de origem já foi abandonado. Perguntas:
1-o que é ser negro no Brasil ? como diferenciar um negro de um branco num país com intensa miscigenação racial?
2-e o branco pobre, como fica? se o vestibular exclui o negro, por ser pobre e ter estudado em escola ruim, em sua maioria, o branco pobre fica duplamente excluído, por ser pobre e ter que estudar em escolas ruins e por ser branco.
3-qual o critério que será usado para diferenciar o branco do negro? auto-declaração? mas aí fica bem óbvio que gera margem a toda sorte de trapaças: um loiro de olhos azuis chamado Schultz nascido em Blumenau vai querer se declarar negro só para ter pontos a mais no vestibular de medicina..... nesse caso, seria necessário então uma espécie de "comitê" para analisar fotos de candidatos....situação terrível, como se vê, pois voltaremos a classificar seres humanos não como cidadãos, mas como "cores" ou raças".
4- e o negro que sairá da faculdade? hoje, se vc vai a um médico e ele é negro, a primeira tendência é elogiar a conquista pesssoal que foi a de uma pessoa, geralmente pobre, ter estudado e subido na vida, pela sua competência pessoal. Com as cotas, daqui há alguns anos, quando se for a um médico e ele for negro, a tendência será a de automaticamente desconfiar da competência do indivíduo ali, porque ele entrou pelo sistema de cotas, ainda que ele tenha sido um ótimo estudante e um excelente profissional. Ou seja, o produto do sistema de cotas é mais discriminação e ainda pior, porque ela vai perseguir o profissional formado pelo resto da vida.
5-e o branco que perdeu a vaga no vestibular para um negro que tirou nota menor mas entrou na faculdade pública por ser negro? esse indivíduo branco, por mais intelectualizado que seja e que tenha consciência da dificuldade de ascensão social de um negro no Brasil, vai ficar com raiva, porque na sua visão, e há justeza nisso, ele foi preterido só por ser branco. Ou seja, de novo, o sistema de cotas acaba por envenenar a sociedade, criando raízes de ódio racial ainda maiores que temos hoje.
Por tudo isso, acho que o sistema de cotas traz mais problemas que soluções. Ele divide a sociedade artificialmente num Brasil miscigenado, gera ódio racial no longo prazo, discriminação e estigmatização dos negros depois de formados e exclusão ainda maior do branco pobre. O sistema já está sendo abandonado nos EUA, onde nasceu. Então, se é um sistema com tantos defeitos, porque está sendo implantado no Brasil? Simples: ele gera votos para os políticos demagogos que o implantou, no caso o governo do PT, ao mentir dizendo que está resolvendo o racismo no Brasil. Para tornar o acesso a universidade pública democrático, a negros ou não, a pobres ou classe alta, basta tomar o único caminho correto: qualidade na escola pública e não atalhos demagógicos politiqueiros.
Ainda em tempo: todos os líderes negros americanos, incluindo vários intelectuais, sempre foram fortemente contra o sistema de cotas, porque para eles, era uma forma de dizer que eles eram "burros" e não tinham competência para entrar na universidade sem ajuda. Ou seja, por lá, os negros americanos nunca gostaram do sistema, que foi invenção de brancos. Aliás, por aqui, vários líderes de movimentos negros no Brasil também são contra.
A política de cotas foi criada nos EUA para ampliar o acesso aos afro-descendentes, nome politicamente correto, que estavam tradicionalmente fora das universidades americanas. Tal política foi declarada há pouco tempo inconstitucional pela Suprema Corte americana e foi revogada na maioria das universidades. O Brasil, claro, copiou a política.
Primeiro, é necessário entender o contexto americano:
1- a sociedade americana é bem menos miscigenada que a brasileira. Lá, negro e branco dificilmente casam entre si, a tal ponto que o termo "pardo", usado pelo IBGE, não existe por lá.
2-as universidades americanas não têm vestibular. O acesso a elas se dá por cartas-convite, quando a própria universidade convida um aluno, por análise de currículo escolar do ensino médio ou ainda por pura e simples compra de vaga. George Bush, o idiota presidente americano, estudou na poderosa U. de Harvard, com certeza não por causa dos seus dotes intelectuais mas por ser filho de um ex-presidente.
3-os negros nos EUA são minoria. Ou seja, a população é majoritariamente branca e como sabemos no item 1, não há quase mistura racial.
Agora, vamos ao contexto brasileiro:
1-a sociedade é multirracial e há intensa miscigenação. Ninguém com família há mais de 150 anos no Brasil pode se dizer 100% branca... a maioria da população do Brasil é de "pardos", este termo interessante usado pelo IBGE para dizer que, no fundo, quase todos nós brasileiros somos fortemente marcados pela mistura de raças, a tal ponto que na maioria das vezes o critério de ser ou não negro é impossível de ser definido com exatidão.
2-no Brasil, as universidades públicas têm vestibular, que é um critério de escolha objetivo, baseado só no mérito intelectual. Verdade que alunos pobres têm menos chance, mas igualmente verdade que alunos ricos e burros não entram. É um critério de mérito, não de convites ou grana.
3-no Brasil, negros não são pequena minoria, mas em vários estados, são maioria, ou no mínimo, maioria como "pardos".
Quando se compara os dois contextos-, vê-se que o sistema de cotas no Brasil é uma cópia mal feita de um sistema que mesmo no país de origem já foi abandonado. Perguntas:
1-o que é ser negro no Brasil ? como diferenciar um negro de um branco num país com intensa miscigenação racial?
2-e o branco pobre, como fica? se o vestibular exclui o negro, por ser pobre e ter estudado em escola ruim, em sua maioria, o branco pobre fica duplamente excluído, por ser pobre e ter que estudar em escolas ruins e por ser branco.
3-qual o critério que será usado para diferenciar o branco do negro? auto-declaração? mas aí fica bem óbvio que gera margem a toda sorte de trapaças: um loiro de olhos azuis chamado Schultz nascido em Blumenau vai querer se declarar negro só para ter pontos a mais no vestibular de medicina..... nesse caso, seria necessário então uma espécie de "comitê" para analisar fotos de candidatos....situação terrível, como se vê, pois voltaremos a classificar seres humanos não como cidadãos, mas como "cores" ou raças".
4- e o negro que sairá da faculdade? hoje, se vc vai a um médico e ele é negro, a primeira tendência é elogiar a conquista pesssoal que foi a de uma pessoa, geralmente pobre, ter estudado e subido na vida, pela sua competência pessoal. Com as cotas, daqui há alguns anos, quando se for a um médico e ele for negro, a tendência será a de automaticamente desconfiar da competência do indivíduo ali, porque ele entrou pelo sistema de cotas, ainda que ele tenha sido um ótimo estudante e um excelente profissional. Ou seja, o produto do sistema de cotas é mais discriminação e ainda pior, porque ela vai perseguir o profissional formado pelo resto da vida.
5-e o branco que perdeu a vaga no vestibular para um negro que tirou nota menor mas entrou na faculdade pública por ser negro? esse indivíduo branco, por mais intelectualizado que seja e que tenha consciência da dificuldade de ascensão social de um negro no Brasil, vai ficar com raiva, porque na sua visão, e há justeza nisso, ele foi preterido só por ser branco. Ou seja, de novo, o sistema de cotas acaba por envenenar a sociedade, criando raízes de ódio racial ainda maiores que temos hoje.
Por tudo isso, acho que o sistema de cotas traz mais problemas que soluções. Ele divide a sociedade artificialmente num Brasil miscigenado, gera ódio racial no longo prazo, discriminação e estigmatização dos negros depois de formados e exclusão ainda maior do branco pobre. O sistema já está sendo abandonado nos EUA, onde nasceu. Então, se é um sistema com tantos defeitos, porque está sendo implantado no Brasil? Simples: ele gera votos para os políticos demagogos que o implantou, no caso o governo do PT, ao mentir dizendo que está resolvendo o racismo no Brasil. Para tornar o acesso a universidade pública democrático, a negros ou não, a pobres ou classe alta, basta tomar o único caminho correto: qualidade na escola pública e não atalhos demagógicos politiqueiros.
Ainda em tempo: todos os líderes negros americanos, incluindo vários intelectuais, sempre foram fortemente contra o sistema de cotas, porque para eles, era uma forma de dizer que eles eram "burros" e não tinham competência para entrar na universidade sem ajuda. Ou seja, por lá, os negros americanos nunca gostaram do sistema, que foi invenção de brancos. Aliás, por aqui, vários líderes de movimentos negros no Brasil também são contra.