Bento XVI e o Islão
Pode-se dizer que, se João Paulo II era "pop", Bento XVI é rock and roll...... e do estilo "Metallica"....
Ao invés da voz macia e dos argumentos generosos, politicamente corretos, de João Paulo, Bento XVI prefere mesmo o confronto. Numa palestra na Baviera, sul da Alemanha, ele disse que a religião sem razão leva ao fanatismo: religião deve conter fé e ao mesmo tempo, reflexão intelectual. Até aí, tudo bem. Mas ele foi adiante; sua declaração foi essa:
"Il est important aujourd'hui de dire, avec clarté, en quel Dieu nous croyons et de professer, avec conviction, le visage humain de la religion"
É importante atualmente dizer, com clareza, em qual Deus nós cremos e de professar, com convicção, a face humana da religião"
( desculpe a citação em francês, o Papa falou em alemão, mas é que li no jornal Le Monde)
O difícil é engolir a citação "em qual Deus nós cremos". O Papa, pessoa extremamente culta e sofisticada, sabia perfeitamente o que estava dizendo. Ao reafirmar em sua palavra a idéia de um Deus privilegiado, ao invés de uma idéia de um Deus que abraça todos, mesmo os de religião diferente, Bento XVI afirma categoricamente que o Cristianismo é superior ao Islamismo, já que só naquele poderia existir fé e razão ao mesmo tempo, ao passo que na religião islâmica, prevalece o fanatismo.
Pura bobagem papal.....!!! Durante toda a Idade Média, enquanto mulheres com epilepsia eram queimadas vivas nas fogueiras da Inquisição acusadas de bruxaria, o Islão abrangia uma área que ia da Índia a Espanha, passando por cidades ricas e luxuosas como Meca, Bagdá, Córdoba, Alexandria. Conviviam no Islão judeus, diversas correntes cristãs, budistas. a Ciência medieval islâmica estudava medicina, matemática, lia e traduzia autores gregos, e as mulheres islâmicas tinham assegurada, no Corão, direito de herança e de proteção que o Ocidente cristão só foi começar a pensar no XVIII, durante a Revolução Francesa.
Verdade seja dita: não fosse o Iluminismo, a Europa cristão católica seria muito mais tacanha e fanática que os países islâmicos hoje. Basta ler os livros de Eça de Queiroz e a opinião que ele tinha, já no XIX, da Igreja em Portugal....
A Igreja Católica tem uma herança intelectual e estética belíssima e riquíssima. Mas o Islão também. Seria mais útil para um mundo em constante violência que o Papa afirmasse e elogiasse a parte boa do Islão, ao invés de criticá-lo como se fosse uma coisa só. Bento XVI perdeu uma bela oportunidade de ficar calado.
Ao invés da voz macia e dos argumentos generosos, politicamente corretos, de João Paulo, Bento XVI prefere mesmo o confronto. Numa palestra na Baviera, sul da Alemanha, ele disse que a religião sem razão leva ao fanatismo: religião deve conter fé e ao mesmo tempo, reflexão intelectual. Até aí, tudo bem. Mas ele foi adiante; sua declaração foi essa:
"Il est important aujourd'hui de dire, avec clarté, en quel Dieu nous croyons et de professer, avec conviction, le visage humain de la religion"
É importante atualmente dizer, com clareza, em qual Deus nós cremos e de professar, com convicção, a face humana da religião"
( desculpe a citação em francês, o Papa falou em alemão, mas é que li no jornal Le Monde)
O difícil é engolir a citação "em qual Deus nós cremos". O Papa, pessoa extremamente culta e sofisticada, sabia perfeitamente o que estava dizendo. Ao reafirmar em sua palavra a idéia de um Deus privilegiado, ao invés de uma idéia de um Deus que abraça todos, mesmo os de religião diferente, Bento XVI afirma categoricamente que o Cristianismo é superior ao Islamismo, já que só naquele poderia existir fé e razão ao mesmo tempo, ao passo que na religião islâmica, prevalece o fanatismo.
Pura bobagem papal.....!!! Durante toda a Idade Média, enquanto mulheres com epilepsia eram queimadas vivas nas fogueiras da Inquisição acusadas de bruxaria, o Islão abrangia uma área que ia da Índia a Espanha, passando por cidades ricas e luxuosas como Meca, Bagdá, Córdoba, Alexandria. Conviviam no Islão judeus, diversas correntes cristãs, budistas. a Ciência medieval islâmica estudava medicina, matemática, lia e traduzia autores gregos, e as mulheres islâmicas tinham assegurada, no Corão, direito de herança e de proteção que o Ocidente cristão só foi começar a pensar no XVIII, durante a Revolução Francesa.
Verdade seja dita: não fosse o Iluminismo, a Europa cristão católica seria muito mais tacanha e fanática que os países islâmicos hoje. Basta ler os livros de Eça de Queiroz e a opinião que ele tinha, já no XIX, da Igreja em Portugal....
A Igreja Católica tem uma herança intelectual e estética belíssima e riquíssima. Mas o Islão também. Seria mais útil para um mundo em constante violência que o Papa afirmasse e elogiasse a parte boa do Islão, ao invés de criticá-lo como se fosse uma coisa só. Bento XVI perdeu uma bela oportunidade de ficar calado.
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