Friday, August 04, 2006

Prevaleceu a racionalidade

"Acho que temos que ser transparentes sobre nossas opiniões. Nós entendemos que os jovens brancos das escolas públicas têm rigorosamente os mesmos direitos dos jovens negros das escolas públicas".
Essa opinião pública é do ministro da Educação, Fernando Hadad. Finalmente, após um período de delírio ideológico, prevaleceu a racionalidade.
O governo Lula tinha enveredado pela seara politicamente correta e tola das cotas raciais: fenômeno importado dos EUA e por lá muito questionado pelos próprios negros que o consideram altamente discriminatório, por terras tupiniquins foi visto como uma política de esquerda progressista para democratizar o acesso a universidade. Bobagem, nos EUA não há vestibular, mas cartas de indicação e as universidades são todas pagas, por isso as cotas raciais são levadas em conta pois elas entram como bolsas de estudo. Por outro lado, há um óbvio fator que foi "esquecido" por aqui: nos EUA não há quase miscigenação racial, tornando fácil distinguir um descedente de irlandeses de outro que veio da África. E por aqui, cuja esmagadora maioria da população é conhecida pelo IBGE como "pardo" ? Afinal, quem é negro ou branco no Brasil ?
Por tudo isso, as cotas no Brasil seriam uma excrescência, um bom jeito de conquistar votos, nada mais.
Ao deixar claro que o governo mudou de posição, prevalece a racionalidade em detrimento do discurso ideológico histérico. Até membros mais lúcidos dos movimentos negros eram contra as cotas ( como aliás, os próprios negros americanos também). É bom para o Brasil deixar uma odiosa classificação racial que deveria ficar enterrada no XIX e adotar um critério mais simples, universal e justo: cidadão, independente da cor de sua pele. Aplausos afinal para o governo Lula por ter, pelo menos isso, abandonado esse momento de estupidez e voltado a racionalidade do debate.

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