Wednesday, December 03, 2008

Já era tarde - parte 3

De novo, a situação na América do Sul deteriora-se cada vez mais: agora, articula-se nos bastidores um mega-calote em dívidas ao Brasil feito por Venezuela, Equador, Argentina e Bolívia: valor, 5 bilhões.
Apesar dessa situação, atrevo-me a dizer que isso é bom. Em primeiro lugar, cala de vez aqueles babacas esquerdóides que achavam, alguns ainda acham, que Chávez e cia. limitada são a salvação do "pueblo" latino-americano. Para esses babacas, entre eles o "Pacheco", Marco Aurélio Garcia, Assessor de Assuntos Aleatórios Internacionais de Lula, basta um discurso esquerdista, meia dúzia de duros golpes de punho no ar, muita dose de anti-americanismo e pronto: encontramos a salvação para a América Latina! Tal postura, infantilizada, mas infelizmente partilhada em alguns meios acadêmicos e jornalísticos ( basta ver a última revista CartaCapital que critica Chávez, elogiando-o.... leia e verá) fica a cada dia que passa mais e mais isolada: afinal, dadas as quantidades colossais de imbecilidades que Chávez e cia. fazem, é difícil até para esses babacas aqui do Brasil defendê-las... Ou alguém aí vai querer defender Chávez depois que ele disse que , caso perdesse, como de fato perdeu, em redutos eleitorais da oposição, iria invadir cidades e estados onde perdesse com tanques? Ou alguém aí está pronto para defender a retomada do projeto chavista de reeleição eterna? Alguem Pacheco se habilita a defender Chávez? Ou Correia e seu calote no BNDES? Ou Evo e suas tropas na Petrobrás?

Em segundo lugar: o próprio governo Lula, sempre muito simpático a esses idiotas que se dizem de esquerda, agora é obrigado a tomar uma posição. O Brasil teve posições delicadas demais, por tempo demais, com bobagens demais que foram feitas a interesses brasileiros na região. Como pode um presidente não dizer simplesmente nada quando um outro, tomado de ataque messiânico, coloca tropas nas refinarias da Petrobrás na Bolívia? Agora, com esse possível mega-calote, muito provavelmente articulado por Chávez, o Brasil e Lula têm que tomar posição forte: a radicalização, burra mas altamente previsível, da "troupe" esquerdista vai obrigar o Brasil a rever sua política externa, tornando-a menos messiânica e mais pragmática. De novo, o Pacheco vai ter que ficar quieto.

E por último: é bom pois mostra que um país, para resolver seus problemas sociais, não precisa de discuros esquerdistas dos anos 30, mas ações concretas e racionalidade econômica e política. Lula pode ser um tosco, pode se achar um messias, mas mesmo ele sabe que o Brasil é grande demais e complexo demais para ser tomado de um algum delírio bolivariano à la Chávez. Basta ver o tamanho da crise internacional e a situação relativamente tranquila em que está o Brasil para mostrar o bom retorno que se tem quando se investe em racionalidade econômica e respeito as regras básicas democráticas. Aprende-se com o exemplo negativos dos vizinhos: basta ver a Argentina, que parece tomada de estupor irracional, distribuindo calotes internacionais e mascarando inflação de dois dígitos para mostrar como é bom viver num Brasil racional e previsível em anos de crise. Lição´histórica que o Chile já aprendeu, é de esquerda e é inteligente, racional economicamente, e que o Brasil parece, mesmo num governo Lula, ter aprendido.

Para falar a verdade: o Brasil hoje é uma jangada de pedra ao inverso: ao invés do livro de Saramago que imaginou uma peninsula ibérica à deriva no oceano em direção a América Latina, podemos ver claramente que o Brasil vai navegando em direção à Europa, aos EUA, a China, ao Japão, ao G20....Enquanto isso, que se abracem, afogados, Chávez, Morales, Correia e outros tantos que querem refundar o comunismo autoritário caudilhesco, com alguns toques de revanchismo racial, em pleno século XXI na América do Sul. E se alguns Pachecos daqui quiserem, que se afoguem com eles.

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