Auf Wiedersehen, Griechland....
A Grécia sairá da zona do euro. A chance desta informação ser confirmada é cada dia maior. A dívida do país é impagável: já passou dos 150% do PIB e cresce. A receita recomendada pela União Europeia e pelo FMI é realizar cortes agressivos no orçamento do estado grego, incluindo crueldades como cortes em pensões e aposentadorias, aumentos brutais de impostos, demissão de funcionários públicos e privatizações massivas. As duas primeiras medidas são simplesmente contra-producentes: afinal, numa economia em grave recessão, a Grécia perdeu 7% do PIB só neste trimestre em taxa anualizada, cortes drásticos só trazem mais pobreza à população, portanto menos consumo, portanto menos impostos ainda... e a última receita é simplesmente idiota: quem vai comprar uma empresa grega numa hora dessas ?
Conclusão: o país quebrou. "Resta tocar um tango argentino" como diria Manuel Bandeira... dá o calote no credores privados ( leia-se bancos) e troca-se de moeda: do euro para a volta do dracma. Moeda que já nasce ultra-desvalorizada, fruto de um país falido.
Isso é bom ? Claro que não, mas não há outra coisa a fazer, a não ser o pior, que é continuar na atual sangria suicida: o BC europeu empresta pra Grécia continuar pagando dívida de curto prazo, a juros altíssimos, aumentando a dívida da Grécia, que por sua vez tem que cortar ainda mais gastos para poder ter mais dinheiro para pagar a dívida de curto prazo... enquanto isso, a economia entra em colapso, com contínuo empobrecimento e recessão, gerando ainda menos impostos ao Estado que não tem dinheiro para pagar sua dívida... Acabou o sonho do euro para os gregos. Pelo menos, por enquanto.
E o que aprender com isso ? Parcela de culpa é dos governantes gregos, ambos, socialistas e conservadores, que se alternaram no poder fazendo a mesma coisa: corrupção generalizada, empreguismo público descontrolado e gastos públicos inúteis, como as Olimpíadas. ( aliás, você conhece algum país sul americano que é assim...?). Mas há parcela de culpa da própria União Europeia. Ela tinha regras para a adoção do euro que nunca foram cumpridas. Vários países tinham déficits enormes, financiados alegremente com juros baixos por causa do euro. Claro que a U.E. deveria ter cortado o problema antes dele atingir o ponto de inflexão. Não o fez.
E parcela ainda maior de culpa é dos bancos privados que financiaram a farra da Grécia até a irresponsabilidade e agora, no "inverno de nosso descontentamento", querem aida tirar mais um pouco do sangue grego, propondo mais empréstimos com juros ainda maiores. Que fiquem com o prejuizo, se é que ficarão... afinal, boa parte destes empréstimos que tomarão calote já estavam pagos pelos juros indecentes dos últimos anos.
Precisa perguntar quem vai pagar a conta ? o povo daquele país. Que amargará alguns bons anos, mais do que já têm, de desemprego, empobrecimento e agora, com uma nova moeda desacreditada, inflação. O fantasma da Grécia é a fome, literalmente, de sua população. Bem vindo ao século XIX, em pleno XXI e em plena Europa Unida.
A expulsão da Grécia da eurozona tem um imenso peso simbólico: afinal, o próprio conceito de "civilização ocidental" nasceu lá. Mas o euro não vai morrer e nem a Grécia. Depois do calote, a economia da Argentina se recuperou com muito maior rapidez do que se pensava. Pequena e dependente do turismo, a Grécia ficará muito barata com seu futuro dracma, atraindo turistas que tinham fugido do país por causa dos preços artificialmente altos pela adoção do euro. Será ruim, mas não um desastre. E fica o aviso: moeda forte demais, corrupção e ineficiência do Estado e gastos com Olimpíadas foram as receitas do caos grego. O Brasil é bem diferente. Nós vamos gastar ainda mais dinheiro, porque temos a Copa do Mundo...
Conclusão: o país quebrou. "Resta tocar um tango argentino" como diria Manuel Bandeira... dá o calote no credores privados ( leia-se bancos) e troca-se de moeda: do euro para a volta do dracma. Moeda que já nasce ultra-desvalorizada, fruto de um país falido.
Isso é bom ? Claro que não, mas não há outra coisa a fazer, a não ser o pior, que é continuar na atual sangria suicida: o BC europeu empresta pra Grécia continuar pagando dívida de curto prazo, a juros altíssimos, aumentando a dívida da Grécia, que por sua vez tem que cortar ainda mais gastos para poder ter mais dinheiro para pagar a dívida de curto prazo... enquanto isso, a economia entra em colapso, com contínuo empobrecimento e recessão, gerando ainda menos impostos ao Estado que não tem dinheiro para pagar sua dívida... Acabou o sonho do euro para os gregos. Pelo menos, por enquanto.
E o que aprender com isso ? Parcela de culpa é dos governantes gregos, ambos, socialistas e conservadores, que se alternaram no poder fazendo a mesma coisa: corrupção generalizada, empreguismo público descontrolado e gastos públicos inúteis, como as Olimpíadas. ( aliás, você conhece algum país sul americano que é assim...?). Mas há parcela de culpa da própria União Europeia. Ela tinha regras para a adoção do euro que nunca foram cumpridas. Vários países tinham déficits enormes, financiados alegremente com juros baixos por causa do euro. Claro que a U.E. deveria ter cortado o problema antes dele atingir o ponto de inflexão. Não o fez.
E parcela ainda maior de culpa é dos bancos privados que financiaram a farra da Grécia até a irresponsabilidade e agora, no "inverno de nosso descontentamento", querem aida tirar mais um pouco do sangue grego, propondo mais empréstimos com juros ainda maiores. Que fiquem com o prejuizo, se é que ficarão... afinal, boa parte destes empréstimos que tomarão calote já estavam pagos pelos juros indecentes dos últimos anos.
Precisa perguntar quem vai pagar a conta ? o povo daquele país. Que amargará alguns bons anos, mais do que já têm, de desemprego, empobrecimento e agora, com uma nova moeda desacreditada, inflação. O fantasma da Grécia é a fome, literalmente, de sua população. Bem vindo ao século XIX, em pleno XXI e em plena Europa Unida.
A expulsão da Grécia da eurozona tem um imenso peso simbólico: afinal, o próprio conceito de "civilização ocidental" nasceu lá. Mas o euro não vai morrer e nem a Grécia. Depois do calote, a economia da Argentina se recuperou com muito maior rapidez do que se pensava. Pequena e dependente do turismo, a Grécia ficará muito barata com seu futuro dracma, atraindo turistas que tinham fugido do país por causa dos preços artificialmente altos pela adoção do euro. Será ruim, mas não um desastre. E fica o aviso: moeda forte demais, corrupção e ineficiência do Estado e gastos com Olimpíadas foram as receitas do caos grego. O Brasil é bem diferente. Nós vamos gastar ainda mais dinheiro, porque temos a Copa do Mundo...