Tuesday, March 30, 2010

por lá, até a crise é boa....

Este texto mostra duas faces da crise americana :
1- há falta de empregos crônica, o que leva profissionais de alta qualificação a procurar trabalhos bem abaixo de suas capacidades.
2-isso é bom...

A palavra para descrever a situação 1 é "overqualified", super qualificado, geralmente profissionais da área financeira que trabalhavam em grandes bancos que viraram pó com a crise financeira. A primeira tentação é ir atrás de empregos em outras grandes cias., que paguem claro o mesmo salário anterior. Porém, claro, todo mundo também pensa assim... conclusão, falta emprego, mesmo se você for um super profissionais formado pelas melhores universidades do mundo e com experiência top em grandes cias. O que fazem esses profissionais ? eles precisam pagar suas contas do mês como todo mundo, então, dá-lhe empregos em empresas menores, algumas familiares até. Verdade que é um retrato da crise. Mas veja pelo lado positivo: tais empresas, que nunca poderiam pagar por esses profissionais, agora podem ter acesso a um elevado nível de conhecimento e experiência que, se forem bem empregados, podem levar tais cias. a adquirir profissionalismo e qualidade de alto nível. o que é bom para a economia do país como um todo. Não seria absurdo pensar em tais cias., hoje pequenas, crescendo e tornando-se grandes e eficientes. Voilà ! Educação gera crescimento econômica.
E na terra do Ziriguidum ? Vivemos o momento oposto em tudo. Nossa economia cresce, apesar da crise. E faltam profissionais qualificados, em todas as áreas. Como se vê, não é nenhum gênio em adivinhar o óbvio : nos EUA, uma crise gera oportunidades pela qualificação profissional elevada. No Brasil, a falta de educação de nível vai travar, cedo ou tarde, o crescimento econômico.

texto do NY Times.

Overqualified? Yes, but Happy to Have a JobBy MICHAEL LUO
Published: March 28, 2010
Don Carroll, a former financial analyst with a master’s degree in business administration from a top university, was clearly overqualified for the job running the claims department for Cartwright International, a small, family-owned moving company here south of Kansas City.
But he had been out of work for six months, and the department badly needed modernization after several decades of benign neglect. It turned out to be a perfect match.

After being hired in December, Mr. Carroll, 31, quickly set about revamping the four-person department, which settles damage claims from moves, and creating tracking tools so the company could better understand its spending.

Conventional wisdom warns against hiring overqualified candidates like Mr. Carroll, who often find themselves chafing at their new roles. (The posting for his job had specified “bachelor’s degree preferred but not required.”) But four months into his employment, it seems to be working out well for all involved.

It is a situation being repeated across the country as the aspirations of many workers have been recalibrated amid the recession, enabling some companies to reap unexpected rewards.

A result is a new cadre of underemployed workers dotting American companies, occupying slots several rungs below where they are accustomed to working. These are not the more drastic examples of former professionals toiling away at “survival jobs” at Home Depot or Starbucks. They are the former chief financial officer working as comptroller, the onetime marketing director who is back to being an analyst, the former manager who is once again an “individual contributor.”

The phenomenon was probably inevitable in a labor market in which job seekers outnumber openings five to one. Employers are seizing the opportunity to stock up on discounted talent, despite the obvious risks that the new hires will become dissatisfied and leave. “They’re trying to really professionalize this company,” said Mr. Carroll, who is the sole breadwinner for his family of four and had lost his home to foreclosure. “I’ve been able to play a big role in that.”

In some cases, of course, the new employees fail to work out, forcing the company through the process of hiring and training someone else. But Mr. Carroll is just one of several recent hires at Cartwright who would be considered overqualified, including a billing clerk who is a certified public accountant and a human resources director who once oversaw that domain for 5,000 employees but is now dealing with just 65.

They represent marked upgrades for Cartwright, a modest-size business with expanding ambitions. The company is benefiting from an influx of talent it probably never would have been able to attract in a better economic climate.

“There’s a nice free-agent market right now,” said Randy Woehl, the human resources director. “The best it’s ever been.”

Exact numbers for workers toiling in positions where their experience or education exceed their job descriptions are hard to come by, in part because the concept is difficult to measure and can be quite subjective. Several studies have put the figure at roughly one in five American workers, although some doubt the numbers are that high. Economists and sociologists, however, agree that the frequency inevitably increases in hard times.

Nevertheless, an overriding complaint among many job seekers, particularly professionals, is how often they are rejected for lower-level positions that they desperately want and believe they could practically do in their sleep.

Academic research on the subject confirms that workers who perceive themselves as overqualified do, in fact, report lower job satisfaction and higher rates of turnover. But the studies also indicate that those workers tend to perform better. Moreover, there is evidence that many of the negatives that come with overqualified hires can be mitigated if they are given autonomy and made to feel valued and respected.

The new variable in all of this is the continuing grim economic climate. Many workers’ ambitions have evolved, after all, from climbing the ladder to simply holding on to a job, any job. Turnover would also seem to be less of a concern amid predictions that it could be years before unemployment returns to pre-recession levels

Se não podemos continuar vivendo assim, já estamos mortos

Mais do que falar sobre fraternidade e igualdade, conceitos fundamentais que foram e são grotescamente distorcidos pela esquerda estalinista que apoia regimes como Cuba em nome deles, acho fundamental resgatar o conceito de "civilização" : cultura, idéias, e por que não, espiritualidade, ou pelo menos, um certo senso de ligação com o resto da humanidade e com algo superior a nós mesmos. De fato, só imbecis vão discordar do texto abaixo: vivemos nos últimos anos, talvez fruto da incomparável quantidade de avanços tecnológicos desde os anos 50 até hoje, na mais deplorável civilização em termos de cultura que o Homo Sapiens já produziu. Poucas vezes tivemos tanta riqueza material mas ao mesmo tempo tanta mediocridade mental. Até o mais humilde camponês no antigo Egito sentia-se parte de um todo universal e humano, e não adianta dizer que ele é explorado pelo faraó, pois ele era tanto quanto você e eu o somos pelos nossos patrões. A diferença é que vida dele fazia sentido, para ele, enquanto a nossa é um vazio em direção ao nada, esperando para pagar a próxima conta da próxima bugiganga tecnológica que nos vendem. Já estamos mortos.


texto do blog de Marcos Guterman:
Tony Judt é um dos mais importantes historiadores que o Reino Unido já produziu. Sua obra mais conhecida no Brasil é o monumental “Pós-Guerra – Uma História da Europa desde 1945”. Conhecido por suas críticas aos pós-modernistas, aos comunistas e a Israel, Judt sofre de esclerose lateral amiotrófica, doença neurológica degenerativa que o torna dependente de terceiros para fazer tudo na vida. Talvez por causa da atrofia progressiva de seu corpo e de sua mente, ele decidiu escrever uma espécie de “testamento” antes que sua capacidade de se comunicar cesse. O texto, uma reflexão sobre os problemas políticos e sociais atuais, começa assim:
“Há algo profundamente errado no modo como vivemos hoje. Nos últimos 30 anos fizemos da busca de interesses materiais privados uma virtude: de fato, essa mesma busca constitui agora o que restou de nossos propósitos coletivos. Nós sabemos o quanto custam as coisas, mas não temos ideia do quanto elas valem. A qualidade materialista e egoísta da vida contemporânea não é inerente à condição humana. Muito do que aparenta ser ‘natural’ hoje data dos anos 80: a obsessão pela criação de riqueza, o culto à privatização e ao setor privado, a crescente disparidade entre ricos e pobres; E, acima de tudo, a retórica que acompanha tudo isso: admiração acrítica dos mercados livres, desdém pelo setor público, ilusão do crescimento sem fim. Não podemos continuar vivendo assim”.
A partir desse ponto, Judt faz uma crítica à social-democracia (britânica, claro, mas que serve também à brasileira, que nela se inspirou). Ele afirma que essa corrente continua sendo a melhor opção entre as existentes, mas diz que isso já não é o bastante para realizar as necessárias reformas do Estado. A busca pela eficiência e pela produtividade, mantra dos governos social-democratas nos anos 90, não terá efeito se não vier acompanhada da ampliação das conquistas sociais, diz Judt. A busca pela igualdade deve ser uma finalidade política. “Se permanecermos grotescamente desiguais, perderemos todo nosso senso de fraternidade”, escreve o historiador, para quem a fraternidade é a condição necessária à própria política. E seu texto termina assim:
“George Orwell notou certa vez que o que atrai os homens comuns ao socialismo e os faz arriscar sua pele por isso é a ‘mística’ do socialismo, a ideia de igualdade. Ainda é assim. É a crescente desigualdade dentro e entre as sociedades que gera tantas patologias sociais. Sociedades grotescamente desiguais são também sociedades instáveis. Elas geram divisões internas e, cedo ou tarde, conflitos internos, que geralmente terminam em soluções antidemocráticas. Como cidadãos de uma sociedade livre, temos o dever de olhar criticamente para o nosso mundo. Mas isso não é o suficiente. Se achamos que sabemos o que é errado, temos de agir de acordo com esse conhecimento. Os filósofos, como já se observou, têm se limitado até agora a interpretar o mundo; é hora de mudá-lo”.

Tuesday, March 09, 2010

Um pouco de bizarro, por favor...

Tudo na notícia, e na história contada, é bizarro : como um homem pode decapitar sua mulher depois do café da manhã? Como ele ficou casado com ela durante 25 anos sem ela ter relações sexuais ? Por que ele, afinal de contas, não rompeu o relacionamento ?
ah... o ser humano.... seria bem melhor extinto.



texto : site Terra
Um homem de 53 anos está sendo julgado na França por ter decapitado sua mulher, que tinha se recusado a ter relações sexuais com ele durante os 25 anos de relacionamento. A autópsia revelou que a vítima, de 47 anos, era virgem.

Philippe Cousin matou sua mulher Nicole em abril de 2007 em Arras, no norte da França, após ter lhe servido, como fazia diariamente, seu café da manhã na cama.

Após uma briga, motivada pelo fato de que a esposa se recusava a ter filhos, Cousin a esfaqueou diversas vezes, antes de decapitá-la.

Poucos instantes depois, ele ligou para a delegacia informando que havia matado sua esposa e pedindo desculpas "por incomodar". Quando os policiais chegaram à sua casa, ele se desculpou novamente "pelo horror" que eles veriam.

"Tenho um grande sentimento de vergonha, de responsabilidade e muito remorso", declarou o acusado durante o julgamento, que começou na segunda-feira.

"Naquela manhã, como todos os dias, preparei o café e disse que queria ter um filho com ela. Em razão de sua recusa, peguei uma faca e a ataquei várias vezes. Fiquei alguns instantes ao lado dela", disse Cousin no tribunal.

O veredicto deve ser anunciado na noite desta terça. O réu pode ser condenado à prisão perpétua.

Cousin afirmou que sua mulher se recusava a ter relações sexuais normais. Ela não queria ter filhos por medo de transmitir à criança a doença de seu pai, que tinha esclerose múltipla e se suicidou em razão disso.

O marido continua usando a aliança e decorou as paredes de sua cela com fotos da ex-mulher, afirma o jornal regional La Voix du Nord.

Seus familiares e amigos descreveram o acusado no julgamento como um "marido modelo". Cousin seria um homem tímido, prestativo e totalmente submisso à esposa, tida como autoritária e impulsiva, segundo eles.

"Ele era dominado pela mulher, ele era atencioso e cedia a todos os caprichos mais extravagantes, sempre sofrendo críticas", declarou o advogado de defesa, Didier Robiquet.

Especialistas psiquiátricos afirmaram durante o julgamento que a decapitação poderia ser explicada como uma maneira de destruir inconscientemente a autoridade representada pela esposa.

O réu afirmou que sonhava em ter filhos e que isso havia se tornado uma obsessão. Ele disse que já havia até escolhido o nome da criança, que se chamaria "Charlotte", se fosse uma menina.

O casal se conheceu há 25 anos durante um estágio de contabilidade. Eles se casaram quatro anos depois, em 1986

Tuesday, March 02, 2010

Brasileiro só tem justiça nos EUA...

Pelo jeito, se você é brasileiro, só receberá justiça se morar nos EUA..
Na semana passada, ficamos sabendo que um dos participantes, um “adolescente” que participou do “ato infracional grave’ , do roubo que terminou na morte do menino João Hélio no RJ há alguns anos atrás, já cumpriu seu período de “ressocialização” e foi posto em liberdade. Ato contínuo, dado a barbárie do crime, ele foi de novo preso, ops, internado em uma casa de ressocialização, onde cumprirá mais alguns anos de “medidas sócio-educativas”. Em outras palavras, a lei brasileira não sabe o que fazer com um assassino brutal, só porque ele tem menos de 18 anos e, por isso, fica jogando o criminoso de um lado pro outro, sempre evitando o que é óbvio, colocar o monstro na cadeia até apodrecer, que é o que qualquer sociedade civilizada e que realmente preserva a vida, das vítimas e não dos criminosos, faria. Detalhe sórdido: há uma ONG que está assessorando o “menor infrator”, para que ele tenha todos os cuidados necessários que nossa legislação irracional tão zelosamente indica aos criminosos. Incluindo um pedido formal de, interessantíssimo, proteção policial ao “menor infrator”, já que a tal ONG tem medo que ele seja morto cruelmente por algum policial justiceiro. Não há notícia de ONG que esteja assessorando a família de João Hélio. Aliás, não há notícia de ONG nenhuma que esteja preocupada com as outras vítimas que outros tantos “menores infratores” como ele fazem todo dia. Mais outro detalhe: enquanto ele estava em seu “período de ressocialização”, ele quase matou um guarda durante uma rebelião. Como se vê, é um “menor indefeso” e merece mesmo que nosso dinheiro de contribuinte seja usado em sua proteção.
Mas se você for brasileiro e morar no Texas, saberá que, após um crime tão sórdido quanto o de João Hélio, basta ler os detalhes abaixo, terá justiça mesmo depois de morto. Pena de morte? Melhor seria dizer, “justiça”: ou alguém aí se habilita a defender nossa legislação que chama assassinos de ‘menores infratores”?

Texto do site Terra:
Assassino de casal brasileiro será executado nesta terça nos EUA
02 de março de 2010 • 01h32 • atualizado às 05h04
Michael Sigala, de 32 anos, condenado pelo assassinato do casal de brasileiros Kléber e Lilian Santos, em 22 de agosto de 2000, vai ser executado nesta terça-feira pela Justiça do estado americano do Texas.
Os advogados de Sigala tinham até segunda-feira para solicitar clemência ao governo estadual, mas não o fizeram, e com isso a execução está confirmada para a noite desta terça-feira.
Segundo o julgamento, Sigala foi condenado por ter assaltado e assassinado o casal, além de ter violado a mulher, Lilian, antes de matá-la com um tiro no rosto. O corpo das vítimas foi encontrado na residência do casal por um vizinho que ficou preocupado depois que Kléber não compareceu ao lugar onde trabalhava como engenheiro de computação.
Segundo o site "urbangrounds.com", o assassino apagou as impressões digitais que tinha deixado no local. Antes de limpar o tapete onde tinha se masturbado, Sigala saqueou a casa, levando também as alianças do casal.
O homem foi detido dois meses depois, após tentar penhorar, na cidade de Arlington, uma câmera fotográfica que pertencia a Kléber e Lilian. Posteriormente, a Polícia encontrou as alianças, em outra casa de penhor, desta vez em Dallas.
A execução de Sigala será a terceira do Texas em 2010. A justiça do estado programou outras três para o mês de março.