Thursday, February 26, 2009

Duas visões de futuro

o futuro será isso:




ou...



isso ?


De fato, duas notícias que lidas separadas, são importantes, mas lidas juntas, revelam, à perfeição, o momento que o mundo vive hoje:
A GM acaba de divulgar um prejuízo de 30,9 bilhões de dólares ( eu não faço nem idéia do que é algo desse valor) no ano de 2008. Ao mesmo tempo, a Tata, fabricante indiana de veículos, confirma que lançará em março agora o Nano, o mais barato carro do mundo, 2.500 dólares, na Índia, com enorme vocação para o resto do mundo, incluindo China e Brasil e , pelo jeito da falta de dinheiro, talvez até na Europa.... e dada a situação de penúria que os americanos enfrentam, me arriscaria hoje a dizer, até nos EUA !!!

A GM está falida, é um fato. Se ela vai ou não a lona, isso é decisão do governo americano. Apesar do símbolo que ela representa para o orgulho industrial americano, e claro, do peso de quase 2 milhões de empregados diretos e indiretos e outros tantos aposentados que dependem da GM, o público americano está desconfiado de que o governo ajude a montadora. Pois, apesar de tudo, os próprios americanos sabem que a GM fez escolhas erradas durante décadas, apostando em carros poluentes, beberrões e de qualidade duvidosa, enquanto japoneses e mais recentemente coreanos, faziam a "homework" direitinho: carros eficientes, de alta qualidade técnica, com preço baixo. Entre o poderoso Hummer, símbolo da ostentação do capitalismo americano mais tosco, carro predileto de rappers e astros de cinema e o banal Corolla, venceu mesmo o modelo japonês. Esse dilema a Europa nunca viveu: por lá, só vende carro compacto, vacinados que foram os europeus com a penúria do pós guerra.
E a Tata ? representa a renovação do conceito de carro: ultra urbano, sem nenhuma ostentação, quase nenhum conforto, mas ultra barato, ultra econômico e ultra acessível. Se quebrar alguma peça, e elas são bastante descartáveis e baratas, basta trocar... lembra quem ? Ele mesmo, o Fusca, que durante anos foi o modelo de automóvel na Europa e no Brasil. Curioso que o Nano na verdade é uma reinvenção do modelo norte americano de carro: foi Henry Ford quem primeiro pensou o carro desse jeito: barato, acessível, simples de consertar até, mas utilitário ao extremo: um meio de transporte e ponto. Na mesma época, era na Europa que o carros caros e ostensivos eram fabricados. Interessante esse pêndulo atlântico...
A grande novidade seja agora que o pêndulo foi para o outro lado do oceano, para a Índia, que está ensinando uma lição ao Ocidente: como fabricar carros que as pessoas queiram, e possam, comprar e pagar. O Nano não virá para demolir todos os outros carros, claro. Suas limitações são óbvias: ele é urbano, pequeno, tem motor de 2 cilindros, apenas uma moto com capota, mas é quase tudo que o Ford modelo T de 100 anos atrás também era. Voltar às origens: básico, simples, barato, eficiente, pouco consumidor. Talvez os americanos precisem voltar às origens do seu capitalismo fordista. Precisou uma empresa de 100 anos, mundial, ter um prejuízo bilionário e ir à falência para eles aprenderam essa lição.
Um americano andando de carro ultra compacto fabricado na Índia : taí uma visão que eu nunca imaginaria ver.

Thursday, February 05, 2009

texto da BBC-Brasil:

a frase que mais gostei desse texto: "quantificar nossa ignorância"....em homenagem a Darwin, que foi um dos primeiros a destronar o ser humano do pedestal ridículo de melhor coisa da natureza, vai esse texto para mostrar que em breve, muito breve, nem os mais inteligentes seremos nesse Universo.


texto:
Há civilizações inteligentes fora da Terra e elas poderiam estar presentes em até quase 40 mil planetas, segundo novos cálculos feitos por Duncan Forgan, um astrofísico da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

A descoberta de mais de 330 planetas fora de nosso sistema solar nos últimos anos, ajudou a redefinir o provável número de planetas habitados por alguma forma de vida, segundo um artigo de Forgan publicado na revista especializada International Journal of Astrobiology.

As atuais pesquisas estimam que haja pelo menos 361 civilizações inteligentes em nossa galáxia, e possivelmente 38 mil fora dela.

Mesmo que haja quase 40 mil planetas com vida, no entanto, é muito pouco provável que seja estabelecido qualquer contato com vida alienígena.

Pesquisadores apresentam estimativas de vida inteligente fora da Terra com frequência, mas é um processo quase que de adivinhação - estimativas recentes variam entre um milhão e menos de um planeta com alguma forma de vida.

"É um processo para quantificar nossa ignorância", disse Forgan.

Simulações

Em seu artigo, Forgan conta que criou uma simulação de uma galáxia parecida com a nossa, permitindo que ela desenvolva sistemas solares baseados no que se conhece a partir da existência dos planetas fora do nosso sistema solar - os chamados exoplanetas.

Esses mundos alienígenas simulados foram então submetidos a três cenários diferentes.

O primeiro cenário parte da premissa de que o surgimento da vida é difícil, mas sua evolução é fácil. Neste caso, haveria 361 civilizações inteligentes na galáxia.

O segundo parte do princípio de que a vida pode surgir facilmente, mas sua evolução para vida inteligente seria difícil. Nessas condições, a estimativa é de que haveria 31.513 outros planetas com alguma forma de vida.

O terceiro caso examina a possibilidade de que a vida poderia ter passado de um planeta para outro durante colisões de asteroides - uma teoria popular de como a vida surgiu na Terra.

Neste caso, a estimativa é de que haveria 37.964 civilizações inteligentes.

Suposições

Se, por um lado, a descoberta de novos planetas distantes e desconhecidos pode ajudar em uma estimativa mais precisa sobre o número de planetas semelhantes à Terra, algumas variáveis nesses cálculos continuarão sendo meras suposições.

Por exemplo, o tempo entre a formação de um planeta e o surgimento das primeiras formas de vida, ou deste momento até a existência de vida inteligente, são grandes variáveis em uma suposição geral.

Nesses casos, afirma Forgan, teremos que continuar partindo do princípio de que a Terra não é uma exceção.

"É importante nos darmos conta de que o quadro que construímos ainda está incompleto", disse o astrofísico.

"Mesmo que existam formas de vida alienígenas, nós não necessariamente conseguiremos fazer contato com elas, e não temos nenhuma ideia de sua forma."

"A vida em outros planetas pode ser tão variada como na Terra e não podemos prever como são as formas de vida inteligente de outros planetas, ou como elas se comportam", conclui.