Thursday, September 25, 2008

Olha que legal....

Veja esta notícia:

Um Corsa 96, modelo 97, foi apreendido na noite de quarta-feira (24) após receber 899 multas, avaliadas em mais de R$ 3 milhões, nos últimos dois meses.
A operação foi realizada por policiais militares da divisão de fiscalização do Detran (Departamento Estadual do Trânsito), que cruzaram informações dos locais e horários em que o veículo recebia mais infrações e fizeram uma blitz na rua Clementino Cunha, em Pirajussara, zona sul da cidade.
O carro, cor prata, foi apreendido por volta das 20h30. O veículo estava em nome da companhia de seguros AGF Brasil. O proprietário do carro --um gerente de lanchonete--, adquiriu o carro em 2001, mas por falta de dinheiro, não transferiu o veículo para o seu nome, afirma a polícia.
São várias multas, que vão de excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio e a semáforo vermelho. O Detran estima que, no final da investigação, mais de mil multas sejam registradas.
O veículo foi levado para o pátio do Detran e será transferido para o pátio Central Estadual. Caso o valor das multas não seja pago em 90 dias, o carro será leiloado.


É muito evidente que a lei neste caso é estúpida: um cretino tem um carro, comete toda sorte de atrocidades no trânsito, com toda certeza colocando a vida de outras pessoas em risco, já que a dele não vale nada mesmo, e ao ter o carro apreendido, simplesmente perde o carro, sem nenhuma consequência maior. Há um projeto de lei, parado para variar, de que o motorista deva pagar pelas multas, ainda que elas sejam maior que o valor do carro. Uma pessoa pode comprar um usado por algo como 3 mil reais, ignorar toda regra mínima de convivência e trânsito, acumular 100 mil reais em multas e impostos, e nada, a não ser perder a carroça de 3 mil reais, vai acontecer a mais com ele. Brasil e impunidade combinam perfeitamente.

Se eu acho que esse filho da puta deveria pagar 3 milhões em multa? Sim !!! E se não conseguir pagar, o que com certeza vai ocorrer? Cadeia. Passar sinais vermelhos durante anos não é simples infração de trânsito, é atitude criminosa, homicida, psicopata.

Monday, September 15, 2008

Evo e Chávez: dois idiotas juntos, na opinião de um homem inteligente

O texto a seguir foi postado no blog, um dos melhores que conheço aliás, do excelente jornalista William Waack: como concordo totalmente com o texto e sempre que posso presto muito atenção no ponto de vista deste excelente comentarista internacional, não suportei a tentação de pirateá-lo sordidamente: aqui vai então a dica: visite o original:

http://colunas.g1.com.br/williamwaack/

Texto de Wliam Waack

A capacidade de Evo Morales e Hugo Chávez de tornarem as coisas difíceis para si mesmos e para o resto do continente é diretamente proporcional à incapacidade brasileira de convencê-los de que os caminhos “bolivarianos” levam apenas ao fracasso das economias, ao dissenso interno, à desestabilização política e a conflitos externos absolutamente desnecessários.

Curiosamente, é amplo consenso no Brasil que esses fenômenos – instabilidade econômica e política, conflitos externos – não nos interessam. Não há candidatos sérios à Presidência da República por aqui com plataformas sequer remotamente apegadas à quebra das instituições, rompimento de contratos de longo prazo, repúdio a dívidas, hostilidade a potências estrangeiras, nacionalização, estatização, perseguição de minorias, cerceamento da oposição ou destruição dos outros poderes.

É o que Evo Morales e Hugo Chávez fazem, diante de um governo brasileiro incapaz de articular nossa conduta em função dos nossos interesses de longo prazo. Que interesse podemos ter em vizinhos à beira da guerra civil, como a Bolívia? Que interesse podemos ter num vizinho que ressuscita a Guerra Fria no Caribe como maneira de promover a própria fanfarronice militar, como faz a Venezuela?

Cabe aqui uma pergunta central: qual a capacidade que o Brasil tinha de influenciar acontecimentos nos reinos de Evo Morales e Hugo Chávez? Muita, se tivessemos já há bastante tempo deixado suficientemente claro para ambos que à principal potência regional (o Brasil) não interessa a instabilidade que ambos promovem. É, sim, direito legítimo dos povos da Venezuela e da Bolívia de viver sob o regime político e econômico que bem entenderem.

Mas – e é nesse “mas” que reside nosso problema – não às custas de sacudir o resto. Pode o atual governo brasileiro olhar para a situação boliviana e dizer que se trata de um observador neutro, empenhado em promover algum tipo de conciliação interna baseada no compromisso e entendimento que as partes possam atingir? Claro que não. Fomos coniventes com Morales – “a coisa mais extraordinária” da América do Sul, segundo Lula.

Podemos nos dirigir a Chávez dizendo que, para o Mercosul (um projeto que nasceu não apenas para baixar tarifas aduaneiras), é contraproducente a fabricação de conflitos com outros centros de poder? Claro que não. Assistimos ao jorro de sandices verbais do desequilibrado presidente da Venezuela como se fosse um animador de auditórios – agora que ele não só compra aviões russos mas, também, trata de provocar infantilmente os Estados Unidos promovendo manobras militares com os russos nós vamos bater palmas, rir ou fazer de conta que nada está acontecendo?

Permitam-me aqui um parênteses. Na célebre crise dos mísseis de 1962 (quando Moscou instalou mísseis nucleares em Cuba), Fidel Castro, o maior inspirador de Chávez, foi o principal perdedor. Estados Unidos e União Soviética entenderam-se à revelia do ditador cubano. Não seria difícil imaginar que, na visão de mundo distorcida e peculiar de Chávez, ele talvez possa estar achando que será uma espécie de “vingador” da História, trazendo para a porta dos fundos dos EUA seu velho rival. Arrisca-se a ser, como Fidel, o principal perdedor.

Situações de política externa desfavoráveis aos interesses de um país não são cataclismos meteorológicos, surgidos do nada. Morales e Chávez precisaram ser cultivados, criados, tolerados, precisaram sentir-se livres para agir, incentivados a tentar e convencidos de que podem conseguir. Em momento algum sentiram-se impedidos pelo seu principal vizinho, o Brasil.

Quem os apóia e festeja esse tipo de panacéia retrógrada e perigosa tem motivos para celebrar. Para os interesses do Brasil os acontecimentos na Bolívia e na Venezuela são lamentáveis. Resta esperar que a realidade se imponha – algo que dirigentes ideologizados jamais se dignam a admitir. O preço será pago por um enorme e indesejado sofrimento das populações da Bolívia e da Venezuela.