Monday, May 26, 2008

duas perdas

Duas perdas importantes na já miserável política nacional: primeiro, a quase demissão da Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, segunda, a morte de Jefferson Pérez.

No segundo caso, Jefferson Pérez era ainda uma das poucas vozes, na verdade a última, que ainda ousava falar em ética, decência e verdade no ambiente infecto e insalubre que é o Senado Federal. Sua aparência fragilíssima lembrava a de um pequenino cão pincher: solitário, frágil e raquítico, mas corajoso a latir furiosamente contra uma matilha de senadores governistas e oposicionistas, todos unidos na corrupção e na safadeza que é o Congresso Nacional. Incomodou muito 0 governo Petelho de "NoçoPrezidente, o Corrupto", mas foi um derrotado: dizia que era seu último mandato porque já não tinha mais condições de aguentar, organicamente até, a nojeira que é a política brasileira e a petista sobretudo.

A outra perda é a "quase demissão" da única ministra do governo petelho, Marina Silva. O governo tem algo como 38 ministros, nem Lula, ou melhor dizendo principalmente Lula, sabe quantos são. Todos absolutamente inúteis, apenas sorvedouros sem fim de dinheiro público a alimentar bocas famintas no enorme Fome Zero da Corrupção que é o governo petista. A única ministra a ser realmente ministra era Marina Silva, outra briguenta de aspecto pessoal frágil, isolada e odiada profundamente por Lula, que várias vezes desautorizou-a em público, assim como várias vezes, bêbado, em palanques no interior do país onde fez campanha eterna de presidente, xingou-a publicamente, dizendo que o país não andava por causa do seu ministério. A proposta de Marina era simples: política ambiental não é política de um único ministério, mas de todo governo. Portanto, a idéia era , cada vez que se projetava algum projeto econômico para a Amazônia de grande impacto, deveria-se conversar em conjunto com os setores responsáveis pelo meio ambiente. Não deu certo: Lula adorava criar e incentivar projetos devastadores para a região, como as usinas no rio madeira. aprovadas às pressas sem suficientes estudos ambientais e via a ministra como opositora de seu novo ideário , "Brasil;ame-o ou deixe-o". Dividiu seu ministério, tirando dele a responsabilidade dos licenciamentos ambientais, depois, suprema humilhação, criou mais um Pró-Porra-Nenhuma chamado PAS, "PRano de desenvolvimento da Amazônia Sustentável", entregando-o ao idiota do Mangabeira Unger, que nem fala português direito e conhece a Amazônia só pelos programas do Discovery Channel. A ministra sequer foi consultada a respeito....pediu demissão, mas foi na prática, demitida.

Assim é Lula: um messias arrogante que demite ministros dignos pelo telefone, caso de Cristóvão Buarque na Educação e humilha publicamente outros como Marina Silva, enquanto demora um ano de crise de aviação para demitir um incompetente como Valdir Pirez, das Forças Armadas e mantém outros abertamente inúteis como uma Marta Suplicy no ministério do Turismo (??!!!).

O tiro pode sair pela culatra: Marina Silva era respeitadíssima no exterior e justo agora que há enorme pressão ambiental sobre o Brasil na questão global do etanol, o álcool brasileiro pode sofrer sanções comerciais sérias quando for confrontado com recordes seguidos de desmatamento na Amazônia. Aos trouxas de plantão que ainda acreditam no governo Lula como um governo decente, a saída de Marina tem o efeito de uma moto-serra ruidosa derrubando um jacarandá de 500 anos. O último que sair apague a luz da dignidade em Brasília.

Tuesday, May 06, 2008

texto do blog do Noblat

esse texto é do blog do Ricardo Noblat, meu blog jornalístico favorito aliás, e é tão bom que não resisti e copiei no meu próprio blog. De mais, vai o convite a vc visitar o blog do Noblat, muito melhor que o meu, é claro....
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

O que Ronaldo e Lula têm em comum
Tomara que Ronaldo, O Fenômeno, tenha contribuído para a restauração da moralidade entre nós ao esculachar de vez com a desculpa do "eu não sabia".
Como disse ontem em entrevista ao programa "Fantástico", da Rede Globo de Televisão, não, ele não sabia que Andréia era André.
Embora estivesse sóbrio, certamente não se deu conta do avantajado pomo-de-adão exibido pelo travesti quando entrou no seu carro.
Mais tarde, em um quarto de motel de terceira categoria da Barra da Tijuca, no Rio, levou pouco mais de três horas para se livrar da companhia de Andréia e de mais dois travestis que foram ao seu encontro.
De quem é a culpa? De quem é?
Ora, de Lula, é claro. A culpa é dele.
Afinal, se Lula pode dizer que jamais soube da existência de "uma sotisficada organização criminosa" que pagou mensalão a deputados e tentou se apoderar de parte do aparelho do Estado por que Ronaldo não pode dizer que ignorava a verdadeira identidade da trinca do barulho comandada por Andréia ou André?
Lula também não fazia a mínima idéia de que seu comitê de campanha à reeleição empregava "aloprados" capazes de forjar dossiês contra adversários.
Nem a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, poderia supor que um inocente banco de dados daria vez a um dossiê com despesas sigilosas do casal Fernando Henrique Cardoso.
Quanto a Cid Gomes (PSB), governador do Ceará, esse não.
Sabia, sim, que a sogra embarcara no jatinho alugado por ele para viajar à Europa. Não sabia, como admitiu depois, que seu ato amoroso pudesse configurar algum tipo de desrespeito aos bons costumes administrativos.
No caso de Cid, vai ver que o problema dele não foi ter levado a sogra para passear. Foi tê-la trazido de volta...
Lula saiu em defesa de Cid - como antes saíra em defesa de Renan Calheiros (PMDB), enrolado com lobista de empreiteira e amante; e de Severino Cavalcanti (PP), vítima de um concessionário de restaurante que o subornou para não perder a concessão.
Por isonomia, espera-se que a qualquer momento Lula se pronuncie em defesa de Ronaldo.
Não se espantem se ele o fizer - e se com isso amealhar mais alguns pontinhos na próxima pesquisa de opinião pública.

Monday, May 05, 2008

O Tonto - parte 2

Texto da BBC-Brasil que demonstra, com números, minha posição no post abaixo sobre a burrice de Evo Morales.


As novas nacionalizações anunciadas pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, reabriram o debate no país sobre os prós e contras deste processo, que começou há dois anos.
Na quinta-feira, Morales anunciou que o governo assumiu o controle da Entel, a principal companhia telefônica do país, e de outras quatro empresas de petróleo - Transredes, Andina, Chaco e CLHB.
Leia também na BBC Brasil: Bolívia nacionaliza empresa telefônica e quatro petrolíferas
Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Cruz (departamento opositor ao governo de Morales), Eduardo Paz, criticou as novas nacionalizações e disse que elas poderão “afastar ainda mais” os investidores.
“Décadas atrás, a Bolívia tinha mais de 60 campos de perfuração de petróleo e de gás, e agora devem ser três ou quatro. Claro, fica todo mundo com medo de investir aqui”, disse Paz.
Novos poços
Segundo dados da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, que reúne as empresas do setor, a Bolívia tem registrado queda nos investimentos em exploração de gás e petróleo.
De acordo com a Câmara, atualmente a Bolívia tem três novos poços de exploração de gás e de petróleo sendo perfurados. Há dez anos, eram entre 64 e 65 por ano.
O auge desta exploração de hidrocarbonetos foi em 2000, com 90 novos poços sendo perfurados simultaneamente.
Dados da Câmara mostram que a queda nos investimentos, resultando na menor quantidade de poços explorados, começou a ser registrada em 2002.
“A partir dali, a proposta de nacionalização do gás virou tema das campanhas eleitorais", disse à BBC Brasil o ex-secretário de Energia e de Hidrocarbonetos Carlos Alberto Lopez, que esteve no governo entre 1998 e 2002 e hoje é consultor energético em La Paz.
"E este fato político gerou preocupação nos investidores e está diretamente ligado à queda na exploração e nos investimentos”, afirmou.
Pelos dados da Câmara de Hidrocarbonetos, em 1998 foram investidos US$ 600 milhões (cerca de R$ 987 milhões) na área de perfuração e produção.
Em 2007, este montante foi de US$ 150 milhões (cerca de R$ 247 milhões).
Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, a empresa investiu sozinha US$ 50 milhões (R$ 82 milhões) em 2003 e US$ 21 milhões (R$ 34 milhões) em 2007.
"Processo histórico"
Nos últimos dois anos, a Bolívia nacionalizou dezenas de companhias estrangeiras, entre elas duas refinarias da brasileira Petrobras.
Morales tem dito que seu programa de nacionalização tem como objetivo conseguir "sócios e não patrões" na exploração dos recursos do país.
“Esse é um processo histórico e para o bem do povo boliviano. O tempo mostrará isso”, disse o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.
“Não estamos fazendo um confisco, mas uma nacionalização correta”, afirmou o presidente da estatal YPFB, Santos Ramírez.
A estatal passará a ter o controle destas empresas transnacionais. O governo anunciou que a nacionalização será feita a partir da compra de ações das empresas.
Exportação
Entre 2000 e 2007, a arrecadação derivada das petroleiras na Bolívia cresceu 773%, passando de US$ 180,1 milhões (cerca de R$ 297 milhões) para US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 2,5 bilhões), graças ao crescimento da produção e à alta dos preços internacionais dos hidrocarbonetos.
Mas, segundo assessores da Câmara de Hidrocarbonetos, esse incremento na arrecadação deve-se, principalmente, à maior exploração de gás para venda ao mercado brasileiro.
Até 1999, ano que começou a exportar gás para o Brasil, a Bolívia produzia cerca de 6 milhões de metros cúbicos diários de gás.
Esse volume saltou para mais de 40 milhões de metros cúbicos diários, a partir do acordo com o Brasil.
“Mas hoje, depois daquele salto, que durou até 2005, essa produção de gás está estagnada, e a de petróleo em queda”, disse Lopez.
“O problema é que a demanda de gás e de petróleo está em alta (interna e externamente) e nossa preocupação é que, neste ritmo, as contas não vão fechar a partir de 2010, quando além dos 30 milhões de metros cúbicos diários para o Brasil, a Bolívia deverá mandar 27 milhões para o mercado argentino, totalizando 57 milhões”, afirmou.
Lopez disse que já no ano passado a Bolívia interrompeu algumas vezes o envio de gás para Cuiabá, porque "seu cobertor está curto para atender os compromissos atuais".

Entrevista : Angeli

veja esta ótima entrevista do cartunista Angeli sobre seu personagem Meiaoito: tem muita gente que eu conheço por aí que ainda é bem ao estilo Meiaoito....

Para Angeli, repertório ideológico de personagem está datado



ERNANE GUIMARÃES NETO da Folha de S.Paulo
Meiaoito morreu. Criado pelo cartunista Angeli em suas tiras para a Folha nos anos 1980, é baseado no típico revolucionário comunista de botequim, um tipo cada vez mais difícil de achar. Nas páginas do jornal, talvez só apareça como fantasma: Meiaoito foi atropelado por um caminhão em tira publicada no dia 20 de julho de 2007.
Seu criador reconhece que, como tipo urbano, o pseudoguerrilheiro está datado, apesar de ver "resquícios" recorrentes, por exemplo nas invasões a universidades públicas brasileiras: "No meio da ocupação, há um teatro muito bem armado, de uma peça já um pouco antiga. A função do humor é mostrar esse teatro".
Folha - O que Meiaoito tem a ver com Maio de 68?
Divulgação
Meiaoito (dir.), personagem do cartunista que satiriza o movimento de maio de 68
Angeli - É uma referência a um tipo característico da época, que incorporei ao Meiaoito: aquele que tinha o discurso, mas não tinha a ação. Fazia a guerrilha dentro do bar, um tipo cheio de regras, que pede carteira ideológica a todo mundo. Não é o ativista que pegou em armas, é aquele que ficou no bar --sua história de luta só existiu na cabeça dele.
Esse tipo vem do Maio de 68, mas tem muito a ver com o final dos anos 70 e o começo dos 80, quando a idéia de uma "convocação geral" já tinha se dissipado. Ele ficou. Perdeu o bonde da história.
Porém continuou proferindo palavras de ordem e julgando as pessoas no bar.
Folha - E agora ele morreu?
Angeli - Aparentemente morreu. Eu fazia charges para a Folha desde 1975 e, quando passei a fazer tiras, em 1983, criei uma leva de personagens. Ele foi o primeiro. Logo coloquei Nanico como seu companheiro. Um, seco e moralista; outro, que queria soltar as plumas.
Meiaoito foi atropelado por um caminhão da Coca-Cola. Não considero uma morte definitiva, mas me sinto bem deixando-o de lado. Antes da morte, fez uma revisão, conversou com [fantasmas de] Lênin, sua mãe e quase admitiu que era tudo uma fantasia.
Folha - Personagem e autor concluíram que esse tipo é datado?
Angeli - Bastante datado. Vejo resquícios aqui e ali, mas são pequenos. É uma tentativa de reviver uma época emocionante, de luta. Essa época ficou lá. Se houver possibilidade de luta hoje, não pode ser igual.
Folha - Um hábitat provável para seu renascimento seria o ambiente estudantil?
Angeli - Seria, mas não tenho vontade de mexer mais. Na construção dessa suposta morte, cuidei de fazer com que o personagem se mostrasse por inteiro. Achei que era melhor eu lavar a alma dele. E assim pensava a tira, sem plano.
Folha - Que influências tem do ano de 1968?
Angeli - Em 1968 eu tinha 12 anos, já sentia o cheiro de alguma coisa, que eu não entendia, mas sabia que estava acontecendo. Participei de uma militância capenga --meu lance sempre foi com a delegacia de costumes, não a política.
Até hoje existe o eco de 1968. Mas nos anos 80 havia uma mistura: bandeiras comportamentais, uma mistura da luta daqueles que resistiam à Meiaoito com aqueles que queriam pintar o cabelo de vermelho, ter uma banda. Eu era mais do lado do cabelo vermelho.
Folha - Como interpreta 1968?
Angeli - Não é uma data solitária. Faz parte de uma gama de revoluções e alterações de comportamento. Eu incluiria os hippies, a discussão sobre ecologia, nos anos 70, e temas que hoje já estão na discussão política oficial, como o uso de drogas. Desde os hippies, é tudo um conjunto, um movimento que inclui 1968, a liberação da mulher, da sexualidade. Cada grupo teve sua função

É um tonto

Juro por Deus que eu tento ser de esquerda !!!

Tento mesmo, com toda força, mas não consigo....
Pelo menos não a esquerda latrino-americana, que ainda idolatra bobagens como Cuba, acha ditaduros idiotas como Chávez o máximo e sonha numa revolução bolchevique de cunho estalinista que redima os pobres do continente e nos faça todos iguais.....pensando, vestindo, comendo...igual.....
O último tosco esquerdóide latino americano a fazer merda é Evo "Gás" Morales. Depois de ser o primeiro índio a chegar a presidência, ele tornou-se um messias: expulsou investidores estrangeiros da única riqueza natural da Bolívia, o gás, justamente num país que precisa desesperadamente de investimento para tirar sua população da pobreza. Não satisfeito, fez uma nova Constituição, recheada de boas intenções para com os índios excluídos de seu país, como o Inferno está cheio, e de caráter autoritário e centralizador. Agora colheu os resultados: está enfrentando um processo de "federalização", ou seja, de reclamo por autonomia regional, das suas províncias mais rica,principalmente Santa Cruz.
Essa província não gostou de ver seus impostos serem tragados para um governo central que muito provavelmente é corrupto. (todo governo de esquerda é corrupto). Ao invés de negociar com o setor mais rico do país, Evo partiu para o confronto. Não adianta esse discurso de "índio resentido", dizendo que a elite branca e exploradora quer desestabilizar seu governo popular e revolucionário: ela não precisa. Quem mais trabalha para desestabilizar seu governo é Evo. Na mesma semana do referendo por autonomia, Evo anunciava a estatização de empresas de petróleo e telefonia, num lindo retorno a punjante economia soviética dos anos 40, onde tudo era estatal e de ótima qualidade...Me diz: qual é a utilidade de um país pobre, sem dinheiro para o básico, gastar alguns milhões de dólares para estatizar telefone? Pois é, percebeu porque a elite rica da Santa Cruz não quer mais pagar impostos ao governo central....
Mais uma vez um ideário esquerdóide dos anos 40 traz pobreza e desgraça a um país latino americano. Evo expulsa investidor estrangeiro, expulsa a elite rica do seu país, e ainda se diz perseguido por alguma conspiração da CIA americana, do Mossad israelense e dos ET´s..... puro non-sense de quem não tem a menor idéia do que a palavra "século XXI" queira dizer.
Ao contrário da esquerda européia, pró-mercado e pró-sociedade, democrática e ao mesmo tempo que trabalho por maior igualdade social, a "noça" esquerda latino americana acha que a URSS é a saída: tudo estatal, autorítário, partido único, revanchista. O único que está satisfeito com a situação de tensão criada na Bolívia é o "Tosco-Mor" Chávez, que anda louco por uma guerra que salve seu governo afundado na impopularidade. Ele adoraria tacar fogo no continente para realizar sua profecia: a de um conflito entre "ricos" e "pobres", sendo ele, o salvador messiânico da humanidade.
A Bolívia chegou a um impasse, parecido com o da Venezuela. Nesse sentido, nosso presidente bêbado Lula é bem melhor: ao invés do conflito com o capital, Lula aliou-se a ele, e está conseguindo alguns resultados bastante razoáveis na economia. Lula também se vê com messias, mas pelo menos, não atrapalha. Perto de imbecis como Evo, Chávez e turma, é uma ótima qualidade.