Horripilante!
Devo dizer que respeito a Igreja Católica pelo acúmulo de cultura que ela consolidou em 2.000 anos de História, por ter sido o celeiro de algumas das melhores cabeças pensantes do Civilização Ocidental e pela riqueza artística de seu patrimônio arquitetônico. Mas isso foi há muito tempo atrás...
A notícia abaixo, sob a excomunhão feita pelo bispo de PE dos profissionais de saúde envolvidos no aborto, legal, em uma menina de 9 anos estuprada pelo pai é mais do que simbólica de que as idéias da Igreja na contemporaneidade soam ridículas, ultrapassam o absurdo e invadem o terreno do grotesco.
Condenar quem fez o aborto em uma menina estuprada de 9 anos é rídículo, primeiro porque na contemporaneidade, a excomunhão é mais inútil que uma máquina de telégrafo. Na Idade Média, um senhor feudal excomungado podia ser morto com justificativa ( matar infiéis nunca foi pecado pela Igreja) e perdia seus laços de vassalagem e susserania, portanto podia ver suas terras tomadas. Pena que não estamos na Idade Média, deve pensar o bispo de PE, que ridiculamente, excomunga pessoas comuns que muito provavelmente nem sequer vão à missa...
Ademais, é grotesco imaginar que uma menina de 9 anos estuprada e grávida na zona rural de Pernambuco deve dar a luz, só porque o Papa em Roma disse que assim devia ser: muito provavelmente, essa menina se levasse adiante a gravidez teria chances enormes ou de morrer no parto, ou durante a gravidez ou ter um filho com graves deformações ou natimorto. Na visão cega do bispo, são todas opções melhores que um aborto em condições de segurança médica num hospital. Isso sem falar no mais humilhante: a menina estuprada aos 9 anos ter que conviver com uma filha (caso conseguisse as duas sobreviverem ) pelo resto da vida, gerada pelo ódio de um psicopata, no caso, o autor do estupro, o padrasto. Ela mesma, sem direito a uma opinião sobre o assunto.
A Igreja perdeu a noção da realidade há muito tempo. Notícias relacionadas a ela dão conta apenas de opiniões e fatos ridículos como esse ou coisas piores. Pedofiilia generalizada e encoberta. Nomeações de bispos que negam o Holocausto judaico na II guerra feitas pelo Papa. A volta do latim nas missas. Excomunhão em pleno século XXI. Tudo isso me leva a uma nova fase de minha relação com a Igreja Católica. Durante os anos de estudo na USP, odiava a Igreja pelo que ela fez de absurdo na História, seus massacres, sua corrupção, sua sede de poder. Agora, vendo a Igreja hoje, o máximo que consigo sentir é pena.
texto:
Piero Locatelli*
Do UOL Notícias
Em Brasília
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, repudiou a atitude da Igreja Católica ao decidir pela excomunhão dos envolvidos com o aborto de gêmeos de uma menina de nove anos que ficou grávida no interior de Pernambuco, após ser estuprada pelo padrasto. A criança foi submetida ao aborto no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), em Recife. Segundo Temporão, o aborto foi feito legalmente, porque a gravidez foi consequência de um caso de estupro e que colocava a menina em risco. "A decisão da Igreja não tem respaldo algum. A posição do bispo é lamentável", disse o ministro. O ministro Carlos Minc, da pasta de Meio Ambiente, acompanhava Temporão após uma reunião nesta quinta-feira e também se disse revoltado com a atitude da Igreja Católica. "A Igreja, que em tese deveria ter ajudado, causou outro trauma na menina".
Temporão já havia criticado a posição da instituição durante entrevista a emissoras de rádio no programa "Bom Dia, Ministro". "A lei brasileira é muito clara: a interrupção da gravidez é autorizada em caso de estupro. Trata-se de uma criança e, do ponto de vista biológico, não acredito que ela tivesse condições de levar a termo essa gestação de gêmeos", disse.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, decidiu excomungar todas as pessoas que participaram do procedimento ou que o apoiaram. A resolução foi feita na noite de quarta-feira, algumas horas depois de a menina ser submetida ao aborto. Ela deve receber alta da maternidade em Recife ainda hoje.
No último dia 3, a polícia prendeu o trabalhador rural José Amâncio Vieira Filho, acusado de estuprar a enteada. A prisão foi feita após o caso ter se tornado público no município de Alagoinha, no agreste pernambucano. A polícia afirma que Vieira já confessou que abusava da criança
A notícia abaixo, sob a excomunhão feita pelo bispo de PE dos profissionais de saúde envolvidos no aborto, legal, em uma menina de 9 anos estuprada pelo pai é mais do que simbólica de que as idéias da Igreja na contemporaneidade soam ridículas, ultrapassam o absurdo e invadem o terreno do grotesco.
Condenar quem fez o aborto em uma menina estuprada de 9 anos é rídículo, primeiro porque na contemporaneidade, a excomunhão é mais inútil que uma máquina de telégrafo. Na Idade Média, um senhor feudal excomungado podia ser morto com justificativa ( matar infiéis nunca foi pecado pela Igreja) e perdia seus laços de vassalagem e susserania, portanto podia ver suas terras tomadas. Pena que não estamos na Idade Média, deve pensar o bispo de PE, que ridiculamente, excomunga pessoas comuns que muito provavelmente nem sequer vão à missa...
Ademais, é grotesco imaginar que uma menina de 9 anos estuprada e grávida na zona rural de Pernambuco deve dar a luz, só porque o Papa em Roma disse que assim devia ser: muito provavelmente, essa menina se levasse adiante a gravidez teria chances enormes ou de morrer no parto, ou durante a gravidez ou ter um filho com graves deformações ou natimorto. Na visão cega do bispo, são todas opções melhores que um aborto em condições de segurança médica num hospital. Isso sem falar no mais humilhante: a menina estuprada aos 9 anos ter que conviver com uma filha (caso conseguisse as duas sobreviverem ) pelo resto da vida, gerada pelo ódio de um psicopata, no caso, o autor do estupro, o padrasto. Ela mesma, sem direito a uma opinião sobre o assunto.
A Igreja perdeu a noção da realidade há muito tempo. Notícias relacionadas a ela dão conta apenas de opiniões e fatos ridículos como esse ou coisas piores. Pedofiilia generalizada e encoberta. Nomeações de bispos que negam o Holocausto judaico na II guerra feitas pelo Papa. A volta do latim nas missas. Excomunhão em pleno século XXI. Tudo isso me leva a uma nova fase de minha relação com a Igreja Católica. Durante os anos de estudo na USP, odiava a Igreja pelo que ela fez de absurdo na História, seus massacres, sua corrupção, sua sede de poder. Agora, vendo a Igreja hoje, o máximo que consigo sentir é pena.
texto:
Piero Locatelli*
Do UOL Notícias
Em Brasília
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, repudiou a atitude da Igreja Católica ao decidir pela excomunhão dos envolvidos com o aborto de gêmeos de uma menina de nove anos que ficou grávida no interior de Pernambuco, após ser estuprada pelo padrasto. A criança foi submetida ao aborto no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), em Recife. Segundo Temporão, o aborto foi feito legalmente, porque a gravidez foi consequência de um caso de estupro e que colocava a menina em risco. "A decisão da Igreja não tem respaldo algum. A posição do bispo é lamentável", disse o ministro. O ministro Carlos Minc, da pasta de Meio Ambiente, acompanhava Temporão após uma reunião nesta quinta-feira e também se disse revoltado com a atitude da Igreja Católica. "A Igreja, que em tese deveria ter ajudado, causou outro trauma na menina".
Temporão já havia criticado a posição da instituição durante entrevista a emissoras de rádio no programa "Bom Dia, Ministro". "A lei brasileira é muito clara: a interrupção da gravidez é autorizada em caso de estupro. Trata-se de uma criança e, do ponto de vista biológico, não acredito que ela tivesse condições de levar a termo essa gestação de gêmeos", disse.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, decidiu excomungar todas as pessoas que participaram do procedimento ou que o apoiaram. A resolução foi feita na noite de quarta-feira, algumas horas depois de a menina ser submetida ao aborto. Ela deve receber alta da maternidade em Recife ainda hoje.
No último dia 3, a polícia prendeu o trabalhador rural José Amâncio Vieira Filho, acusado de estuprar a enteada. A prisão foi feita após o caso ter se tornado público no município de Alagoinha, no agreste pernambucano. A polícia afirma que Vieira já confessou que abusava da criança
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