Wednesday, June 16, 2010

FGV e a dupla graduação - o futuro chegou.

O texto abaixo mostra mais do que apenas uma tendência, mas uma clara indicação de como será o futuro: dupla graduação na tão afamada FGV.
A pergunta meio óbvia: por que alguém graduado na melhor escola do Brasil em sua área de atuação gostaria de ter outra graduação na mesma escola ? Simples, o mundo está mais complexo... mesmo alunos formados pela FGV têm dificuldade, não de encontrar emprego, mas de lidar com os reais problemas, seja de uma empresa, seja de um grande escritório de advocacia comercial. Portanto, o bom aluno fica mais alguns anos ralando na faculdade, para evitar de ser ralado quando for tentar resolver os pepipnos que lhe cairão no colo quando começar a trabalhar. Além do mais, mesmo em cursos com "mente aberta" como os da FGV, no qual as matérias são interdisciplinares, de novo, a realidade fala mais alto e alguns problemas precisam de sofisticados ferramentais teóricos que só mesmo uma graduação específica poderia dar. É verdade que muitos acabam aprendendo na prática. Mas é também verdade que demora mais tempo aprender errando para só depois acertar, do que já ter boa base de conhecimento adquirida. Portanto, áreas diferentes unidas geram mais conhecimento acumulado para enfrentar a realidade. E na realidade não há esta ou aquela área, há problemas, complexos, e que exigem soluções, na maioria das vezes, que demandam conhecimento de multíplos campos.
As duplas graduações foram instituídas por um curto período de tempo na USP, pelo menos na área de Humanas, durante os meus tempos de curso de História. Um aluno com certo número de crédito em algum curso originário, como de História por exemplo, poderia iniciar créditos em outro curso, Letras por exemplo, e ao final de cumprir todos os créditos, obter dois diplomas. A experiência, até onde sei, acabou. Talvez com esse exemplo da FGV a USP possa repensar a ideia. Mas me parece que a velha noção de "um diploma, um emprego", vai em definitivo ficando pra trás. Advogados trabalhando em áreas de Economia, economistas atuando em escritórios de advocacia, ou mais modestamente, minha posição de historiador atuando em Literatura e Relações Internacionais, assim como conheço outros colegas que se formaram em certos cursos e trabalham em outras áreas, é apenas exemplo claro da complexidade que o mundo do trabalho já atingiu e que exige reformulação da postura do estudante hoje em dia. Estudar sempre em sua área já deixou de ser comum, agora a sobrevivência exige estudar sempre em sua e em outras áreas. Já escolheu as suas ?



FGV lança dupla graduação entre direito e economia
FABIANA REWALD
DE SÃO PAULO


Duas faculdades em uma. Essa é a proposta que a FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) lançou neste ano para alunos de direito e economia.

Anualmente, serão abertas cinco vagas em cada curso, pela chamada dupla graduação. Em sete anos e meio --contra os nove necessários para fazer os dois cursos separadamente--, o aluno poderá sair com dois diplomas.

A parceria já existe entre direito e administração e entre administração e economia. A vantagem é que, fazendo só uma vez as disciplinas comuns, dá para terminar os dois cursos mais rapidamente. Além disso, não é preciso fazer novo vestibular.

Como há mais interessados do que vagas, é preciso passar por um processo seletivo. Os alunos de direito fazem uma prova de matemática e os de economia têm de passar em um exame com redação e análise de texto. O outro critério de avaliação é o desempenho na faculdade.

Para se candidatar, é preciso estar ao menos no 6º semestre --para que a segunda graduação se inicie no 7º semestre do curso de origem.

No final do ano passado, a FGV abriu processo seletivo para alunos de direito. Um dos selecionados foi Amir Choaib Junior, 20.

Ele faz estágio em direito tributário e acredita que a economia pode contribuir muito para o trabalho nessa área. Quando prestou vestibular, Amir já sabia do projeto da dupla graduação, e esse foi um dos motivos pelos quais ele escolheu a FGV.

Para Adriana Ancona de Faria, coordenadora de direito, os conhecimentos de economia ajudam principalmente quem quer trabalhar em áreas como políticas públicas, infraestrutura e direito concorrencial.

"Para o aluno da economia, a dupla graduação é muito vantajosa porque, para atuar em áreas como regulação, concorrência, políticas públicas e comércio internacional, o economista tem que possuir sólidos conhecimentos da área jurídica", diz Nelson Marconi, coordenador de economia.

No final deste ano, será aberto processo seletivo para alunos dos dois cursos.

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