Versailles é aqui!
Três episódios notáveis da vida brasileira no início do XXI : dois assassinatos e uma discussão.
O assassinato 1: um jovem e confuso namorado, após uma semana de sequestro, mete uma bala na cabeça da namorada e da amiga dela. Uma menina de 15 anos morta, comoção nacional e mais um preso em nosso sistema carcerário. O PCC, órgão criminoso legalizado em São Paulo, quer matar o assassino por que ele, com seu longo sequestro, deu um prejuízo de mais de 50 mil reais ao tráfico de drogas da localidade.
O assassinato 2: um ex-motorista de um dos maiores empresários de varejo do Brasil, Artur Sendas, mata o ex-patrão com um tiro à queima roupa, por motivo banal: uma demissão. Mais uma estatística de assassinato no Rio de Janeiro e o segundo preso em nosso sistema carcerário.
A discussão: nosso Congresso, Senado e Câmara dos Deputados, em Brasília, está ocupadíssima com duas coisas, o segundo turno das eleições municipais e o aperto que o Judiciário, através do Ministério Público e do Supremo, está dando para que nossos representantes cumpram a lei e demitam, de uma vez por todas, seus parentes em cargos de confiança.
O que os três itens têm em comum? Nada. E é exatamente por isso mesmo que se relacionam.
Enquanto nossas cidades são tomadas por traficantes,sequestradores, assassinos e outros que são apenas ladrões, nossos nobres e dignos deputadores e senadores estão preocupados em arranjar meios para não demitir seus parentes de cargos de confiança, pagos pelo dinheiro público. A semana foi escandalosamente evidente do altíssimo grau, quase cósmico, de alienação da classe política brasileira em relação à realidade. Há centenas de projetos sobre mudanças, já mais do que apenas urgente, nas ridículas leis penais brasileiras. Tudo parado, pois afinal, a prioridade em Brasília é tentar ludibriar o Judiciário e continuar empregando a sogra, a esposa, o filho e o papagaio como assessores parlamentares.
Dizem que Maria Antonieta falou a famosa frase ao saber que o povo francês às vésperas da revolução não tinha pão: "que comam brioches". Como ela era odiada pelos franceses, por ser rainha e por não ser francesa, é até provável que a frase tenha sido inventada. Daqui a 200 anos, quando a história do Brasil for reescrita, uma frase dessas deverá soar mais real na Brasília do século XXI do que na Versailhes do XVIII, com o agravante de que nossos parlamentares não tinham nem sequer o charme e a elegância de Maria Antonieta.
O assassinato 1: um jovem e confuso namorado, após uma semana de sequestro, mete uma bala na cabeça da namorada e da amiga dela. Uma menina de 15 anos morta, comoção nacional e mais um preso em nosso sistema carcerário. O PCC, órgão criminoso legalizado em São Paulo, quer matar o assassino por que ele, com seu longo sequestro, deu um prejuízo de mais de 50 mil reais ao tráfico de drogas da localidade.
O assassinato 2: um ex-motorista de um dos maiores empresários de varejo do Brasil, Artur Sendas, mata o ex-patrão com um tiro à queima roupa, por motivo banal: uma demissão. Mais uma estatística de assassinato no Rio de Janeiro e o segundo preso em nosso sistema carcerário.
A discussão: nosso Congresso, Senado e Câmara dos Deputados, em Brasília, está ocupadíssima com duas coisas, o segundo turno das eleições municipais e o aperto que o Judiciário, através do Ministério Público e do Supremo, está dando para que nossos representantes cumpram a lei e demitam, de uma vez por todas, seus parentes em cargos de confiança.
O que os três itens têm em comum? Nada. E é exatamente por isso mesmo que se relacionam.
Enquanto nossas cidades são tomadas por traficantes,sequestradores, assassinos e outros que são apenas ladrões, nossos nobres e dignos deputadores e senadores estão preocupados em arranjar meios para não demitir seus parentes de cargos de confiança, pagos pelo dinheiro público. A semana foi escandalosamente evidente do altíssimo grau, quase cósmico, de alienação da classe política brasileira em relação à realidade. Há centenas de projetos sobre mudanças, já mais do que apenas urgente, nas ridículas leis penais brasileiras. Tudo parado, pois afinal, a prioridade em Brasília é tentar ludibriar o Judiciário e continuar empregando a sogra, a esposa, o filho e o papagaio como assessores parlamentares.
Dizem que Maria Antonieta falou a famosa frase ao saber que o povo francês às vésperas da revolução não tinha pão: "que comam brioches". Como ela era odiada pelos franceses, por ser rainha e por não ser francesa, é até provável que a frase tenha sido inventada. Daqui a 200 anos, quando a história do Brasil for reescrita, uma frase dessas deverá soar mais real na Brasília do século XXI do que na Versailhes do XVIII, com o agravante de que nossos parlamentares não tinham nem sequer o charme e a elegância de Maria Antonieta.
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